Embolização Arterial no Tratamento da Dor Trocantérica

Estudo brasileiro mostra bons resultados no alívio da dor do quadril em pacientes sem indicação cirúrgica
Radiologistas intervencionistas titulados da SOBRICE publicaram um estudo promissor na Cardiovascular and Interventional Radiology sobre o uso da embolização arterial no tratamento da síndrome dolorosa trocantérica (GTPS), uma causa frequente de dor lateral no quadril, especialmente em mulheres acima dos 60 anos.
Conduzido no InvascÒ – Instituto Vascular de Passo Fundo (RS), no Hospital de Clínicas de Passo Fundo, o estudo acompanhou 31 pacientes (38 quadris) por até 5 anos após o tratamento com embolização da artéria circunflexa femoral lateral. O procedimento foi indicado para pacientes com dor crônica no quadril que não melhoraram com fisioterapia ou medicações, e que não tinham indicação cirúrgica.
O que é a embolização nesse caso?
O procedimento é minimamente invasivo e feito com anestesia local. Um cateter é guiado até os vasos responsáveis pela inflamação da articulação, e ali são injetadas micropartículas (geralmente com o antibiótico imipenem/cilastatina) para interromper a neovascularização inflamatória, aliviando a dor.
Resultados em destaque
- 56% dos quadris tratados apresentaram dor leve ou ausência de dor (escala VAS 0–3) no último acompanhamento
- 87% dos pacientes relataram melhora da dor noturna
- 67% deixaram de usar analgésicos
- Sem casos de necrose óssea ou necessidade de cirurgia após o procedimento
- Apenas dois casos de dormência leve, resolvidos espontaneamente em 30 dias.
A dor medida pela escala visual analógica (VAS), que antes da embolização tinha mediana de 8,5/10, caiu para 0 em até dois anos após o procedimento, mantendo bons resultados nos anos seguintes.
Importância e inovação
O estudo é parte do registro LATINO, que avalia os efeitos da embolização em condições musculoesqueléticas. Os resultados reforçam a embolização como uma alternativa segura e eficaz ao tratamento da dor crônica no quadril — especialmente para aqueles que já tentaram de tudo e ainda sofrem com o problema.
Com acompanhamento de longo prazo e baixo índice de complicações, o estudo traz novas perspectivas para o tratamento minimamente invasivo da dor musculoesquelética, abrindo caminho para que mais pacientes tenham acesso a essa alternativa inovadora.
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