Ablação Térmica da Próstata em regime day clinic

Estudo brasileiro testa nova técnica minimamente invasiva para hiperplasia prostática benigna com resultados promissores em regime ambulatorial
A equipe liderada pelos Radiologistas Intervencionistas Thiago F. Nunes e Denis Szejnfeld publicou um estudo pioneiro na Cardiovascular and Interventional Radiology avaliando a ablação térmica transperineal da próstata (TPTA) guiada por ultrassom como alternativa ambulatorial para o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB).
A pesquisa envolveu 25 pacientes atendidos em dois centros brasileiros e demonstrou que o procedimento, realizado com agulha de radiofrequência e sem necessidade de internação hospitalar, é seguro, eficaz e bem tolerado — com melhora significativa dos sintomas já nos primeiros 3 meses.
O que é a TPTA?
É um procedimento minimamente invasivo realizado com sedação e bloqueios anestésicos locais, onde uma agulha é inserida pela região perineal (entre o ânus e o escroto), guiada por ultrassom, para aplicar calor diretamente na zona de transição da próstata — responsável pelo crescimento benigno que causa sintomas urinários.
Ao contrário de técnicas como o Rezum® (que usam vapor via uretra) ou da cirurgia (TURP), a TPTA evita manipulação uretral, preservando a ejaculação e reduzindo complicações como infecções e sangramentos.
Resultados do estudo
- 100% de sucesso técnico
- Alta em até 3 horas após o procedimento
- Apenas 24% precisaram sair com sonda vesical
- Melhora significativa dos sintomas urinários:
- Redução de 79% no IPSS (índice de sintomas)
- Melhora de 70% na qualidade de vida
- Aumento de 102% no fluxo urinário (Qmax)
- Redução de 37% no volume da próstata
- 96% dos pacientes deixaram de usar medicação para HPB
Segurança
- Apenas 6 pacientes (24%) apresentaram efeitos leves (grau I), como hematospermia (sangue no esperma) ou hematoma local, todos autolimitados
- Nenhum caso de incontinência urinária, disfunção erétil ou ejaculação retrógrada
- Sem necessidade de internação ou reintervenção
Por que isso importa? A HPB afeta milhões de homens acima dos 50 anos e, apesar dos avanços, muitas opções ainda exigem hospitalização, anestesia geral ou têm risco de efeitos colaterais sexuais. A TPTA surge como uma alternativa acessível, ambulatorial e com preservação da função sexual, especialmente promissora para pacientes que buscam soluções minimamente invasivas.
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